Segundo a sondagem, a maioria dos que enquadram nesta estatística são mulheres e de baixa renda. Eis a íntegra.
Enquanto isso, 49% dos jovens de 15 a 24 anos se dedicam exclusivamente aos estudos ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo tempo.
O cenário brasileiro não é muito diferente de outros países da América Latina e Caribe. A pesquisa revela que 21% dos jovens, o equivalente a 20 milhões de pessoas, não estudam nem trabalham.
Ao mesmo tempo, 41% se dedicam exclusivamente ao estudo e/ou capacitação, 21% só trabalham e 17% trabalham e estudam ao mesmo tempo.
No mesmo grupo estão o México, com 25% de jovens que não estudam nem trabalham, e El Salvador, com 24%. No outro extremo está o Chile, onde apenas 14% dos jovens estão nessa situação.
Embora o termo nem-nem possa induzir à ideia de que os jovens são ociosos e improdutivos, 31% deles estão procurando emprego, principalmente os homens, e mais da metade (64%) dedicam-se a trabalhos de cuidado doméstico e familiar, principalmente as mulheres.
“Ou seja, ao contrário das convenções estabelecidas, este estudo comprova que a maioria dos nem-nem não são jovens sem obrigações, e sim realizam outras atividades produtivas”, diz a pesquisa.
No entanto, as taxas são mais altas no Brasil e no Chile, com aproximadamente 10% de jovens aparentemente inativos.
JOVENS OTIMISTAS
A sondagem mostra ainda que os jovens da América Latina e do Caribe são, em geral, otimistas quanto ao seu futuro. Cerca de 85% que concluíram o ensino médio querem chegar ao ensino superior (77% no Brasil).
Para que essas expectativas otimistas virem realidade, porém, há muitas fragilidades a serem enfrentadas. No Brasil, por exemplo, 54% dos jovens são incapazes de realizar cálculos matemáticos simples, maior do que o verificado em países como o Colômbia (28%), Chile (35%) e México (41%).
O domínio do inglês fluente é também pior no Brasil, apenas 15%. A proporção chega a 20% no México e a 26% tanto na Colômbia quanto no Chile.
Para mudar este cenários, o levantamento aponta a necessidade de investimentos em treinamento e educação dos jovens. Nas conclusões, os pesquisadores sugerem a adoção de políticas públicas que ajudem os jovens a fazer uma transição bem-sucedida de seus estudos para o mercado de trabalho.
O estudo “Millennials na América e no Caribe: trabalhar ou estudar?” sobre jovens latino-americanos contou com a participação de mais de 15.000 jovens entre 15 e 24 anos de idade em 9 países (Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Haiti, México, Paraguai, Peru e Uruguai).
Site Poder360